4 de dezembro de 2012

"Os sentimentos mais genuinamente humanos logo se desumanizam na cidade."




3 comentários:


  1. "Ah, e a gente ordinária e suja, que parece sempre a mesma,
    Que emprega palavrões como palavras usuais,
    Cujos filhos roubam às portas das mercearias
    E cujas filhas aos oito anos - e eu acho isto belo e amo-o! -
    Masturbam homens de aspecto decente nos vãos de escada.
    A gentalha que anda pelos andaimes e que vai para casa
    Por vielas quase irreais de estreiteza e podridão.
    Maravilhosamente gente humana que vive como os cães
    Que está abaixo de todos os sistemas morais,
    Para quem nenhuma religião foi feita,
    Nenhuma arte criada,
    Nenhuma política destinada para eles!
    Como eu vos amo a todos, porque sois assim,
    Nem imorais de tão baixos que sois, nem bons nem maus,
    Inatingíveis por todos os progressos,
    Fauna maravilhosa do fundo do mar da vida!"

    Ode Triunfal de Álvaro de Campos

    ( esta imagem despertou de imediato e fez relembrar a obra de Pessoa. Mas Eça ao lado de Pessoa... são os meus preferidos )
    ;)

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    1. perfeito..."Nem imorais de tão baixos que sois, nem bons nem maus, Inatingíveis por todos os progressos, Fauna maravilhosa do fundo do mar da vida!" :)

      Obrigada Miúda, pelo contributo que em muito enriqueceu aqui o estaminé! :)

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  2. (Parece que anda tudo a precisar de filtro!)

    Não há dúvida que a língua-mãe assim escrita só pode ser a mãe da língua.

    Estais ambas de parabéns! Que momento de enlevo!

    :)

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